terça-feira, 20 de junho de 2017

Retrato de uma Criança Egípcia

A tragédia daquela criança era compreender bem o Deus que amava além...
Quando Rá dizia "faço o que não deveria estar fazendo"...
A criança entendia o que dizia, lia as entrelinhas e as fronteiras do incognoscível.

Sabia que o Deus Sol falava do oculto e do escondido, ao menos das cousas que ele supremo desejante que era, desejava incessantemente manter no oculto e no escondido.
A criança amava quando seu Deus falava... Ouvia atentamente suas falas, pois as considerava sagradas - ouvia atentamente sua Fala Sagrada.

E em sua mente escrevia como em muitos rolos de papiro os mistérios daqueles suspiros -  talvez por isto tenha sido seu Sumo Sacerdote.

Vez ou outra a criança escrevia estes mistérios em seu caderninho, em forma de poesia sinuosa, em forma de hieróglifos. Talvez por isto durante tanto tempo incompreendidos.
 A criança era Sumo Sacerdote - tinha uma Tiara na cabeça !!!


Mas Rá dentre todos que a não compreendiam, era o que mais compreendia (aquele pequeno escaravelho desenhado sempre abaixo do magnânimo disco solar).
Um Deus que compreendia uma criança... Talvez tenha sido essa sua tragédia também.

1 comentários:

Velho e Ferido Lobo Solitário disse...

Descreve um Bromance.

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